NATUREZA FEMINISTA

curadoria Ana Carolina Raslton

A extinção do dualismo que segrega homens e mulheres, natureza e cultura, corpo e mente foi discutido de forma primorosa pela feminista francesa e ativista dos direitos humanos Françoise d´Eaubonne (1920-2005) em seu Le Féminisme ou la Mort, publicado em 1974. Foi nele que apareceu pela primeira vez o termo cunhado como Ecofeminismo, vertente feminista ligada à natureza que ganhou força nas décadas seguintes pela Europa e segue em plena expansão. O movimento destaca paralelos entre o patriarcalismo e a extinção ambiental. A ideologia luta, em suma, por práticas anti-opressivas, livre de hierarquia e dominação, desconstruindo o mito da natureza superior masculina e humana perante as demais formas de vida – somos todos parte de um organismo comum.

 

É sobre o pensamento feminino e natural, com ecos no ideal de D´Eaubonne, que nasce Natureza Feminista, exposição coletiva em cartaz na AM Galeria de São Paulo.  Nela estão reunidas artistas mulheres que, em comum, tratam sobre suas relações íntimas com o meio ambiente. Pinturas, desenhos, esculturas, instalações e fotografias discutem em diferentes níveis a percepção da capacidade das mulheres como promotoras de uma revolução ecológica.

 

Foi pensando nessa confluência ecofeminista que nascem as instalações das artistas Licida Vidal e Fernanda Feher. A terra como corpo fecundo é a matéria-prima comum entre as duas esculturas presentes no espaço, que se desenvolvem neste habitat conforme o passar dos dias, transformando-se em formas vitais e os expectadores, em parte ativa desse processo. O gerir de tais produções durante o período expositivo vem de encontro ao autorretrato da artista Leonora Weissmann e seu filho Theo, ambos rodeados pela água, fonte imprescindível para a vida de qualquer organismo. A água mostra-se mais uma vez como fio-condutor levando o olhar de quem transita pela mostra em direção a uma das cenas capturadas por Paula Huven, que se utiliza também da figura feminina imersa na liquidez.

 

Paisagens vibrantes do reino vegetal permeiam os recortes em vinil de Sylvia Amélia e as pinturas de Carolina Botura e Livia Paola Gorresio em cores intensas e traços figurativos, que nos translocam ao espaço onde foram concebidas, como se pudéssemos, através do olhar, sentir aroma, calor e brisa que por ali passam. Os detalhes de tal mata se destrincham nas pequenas telas de Camila Rocha, com as quais a artista constrói uma espécie de glossário natural do que o reino vegetal nos oferece.

 

A poética do mundo natural em contato com o humano aparece sob dois diferentes aspectos nas fotografias de Luzia Simons e Estela Sokol. Se a soturna imagem floral da primeira nos leva diretamente às pinturas da renascença holandesa, referência presente também na natureza-morta de Andrea Azzi, na segunda é possível reconhecer de forma mais clara a presença da tecnologia e a interferência humana. Tal humanidade aparece também nas esculturas de Maria Helena Andrés e Thais Helt, nas quais matérias-primas naturais, como papel, com misturam-se com formas produzidas pelo homem.

 

O feminino, como fonte que gere, nutri e cria, está presente de forma estelar na obra de Niura Bellavinha. A impressão de tinta mineral em papel algodão é composta por pintura em carbono e poeira de meteoritos, os mesmos que passeiam pelas galáxias e nos relembram da imensidão do universo natural. Tal força cósmica encontra seu par na pintura de Ana Horta, que nos leva à sua paisagem orbital, um passeio galáctico que nos faz relembrar o imprescindível: o fato de estarmos todos interligados, sem a pretensão de se poder sobreviver em soberania.

 

ARTISTAS PARTICIPANTES

Ana Horta
Andrea Azzi
Camila Rocha
Carolina Botura
Estela Sokol

Fernanda Feher
Leonora Weissmann
Licida Vidal
Livia Paola Gorresio
Luzia Simons

Maria Helena Andrés
Niura Bellavinha
Paula Huven
Sylvia Amélia
Thais Helt

ANA HORTA

Ana Maria Horta de Almeida (Bom Despacho MG 1957 – Belo Horizonte MG 1987).


Pintora, gravadora, desenhista e professora. Em Belo Horizonte cursou desenho e pintura com Frederico Bracher Júnior, em 1972, e composição e desenho com Nilza Borgeth, em 1975. Estudou desenho com João Quaglia, em 1977 e com José Alberto Nemer, em 1978, durante a 11ª e 12ª edição do Festival de Inverno de Ouro Preto. Ingressou na Escola de Belas Artes da UFMG de Belo Horizonte, em 1978, especializando-se em gravuras. Em 1979, frequentou o curso de verão da Escola Guignard e o ateliê do artista Luiz Paulo Baravelli. Em 1980, lecionou arte para crianças na Escolinha de Arte Quintal e desenvolveu atividades criativas também para o público infantil nos Projetos Jequitinhonha e Tiradentes. Atuando como designer gráfico produziu, em 1986, capas para livros da Coleção Circo de Letras da Editora Brasiliense, São Paulo e, capa do disco Piano de Ruth Serrão, lançado pelo Instituto Nacional de Música, parte do Projeto Memória Musical Brasileira do MEC. Casada com o fotógrafo Israel Abrantes, faleceu em 1987, num acidente de automóvel em Belo Horizonte, aos 30 anos.

ANA HORTA

O Planeta, 1985

Acrílica sobre tela

140 x 240 cm

Sob conulta

ANDREA AZZI

Vive e trabalha entre Belo Horizonte e Berna, Suíça

 

Artista plástica, formada em Artes Plásticas pela HKB Hochschule der Künste Bern (Universidade de Artes de Berna) em 1991, na Suíça, país onde também, em 2012, realizou o seu mestrado em Estudos de Cultura e Mídia pela HDK Zürcher Hochschule der Künste (Universidade de Artes de Zurique). Iniciou sua produção artística ao final dos anos 80 produzindo pinturas, objetos e instalações multimídia. Nascida no Brasil passou as últimas três décadas morando na Suíça.

Na década de 90 realizou exposições em Belo Horizonte e no Itaú Cultural em São Paulo. Na Suíça participou de exposições coletivas em 2012 da coletiva

 

Master of Arts Exhibiton Group, em Zurique.

Em seu retorno ao Brasil, destaca-se a exposição individual “A Linguagem é uma Pele”, ocorrida em 2019, na AM Galeria de Arte, em Belo Horizonte, com curadoria de Manu Grossi.

 

Além de artista plástica, Andréa transita em diferentes frentes de atuação profissional no contexto de cultura e mídia, atuando em projetos culturais como produtora cultural como a exposição individual do artista suíço “Paul Klee – Equilíbrio Instável”, que percorreu em 2019 as sedes do Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

ANDREA AZZI

Natureza Morta, 2021

Acrílica sobre tela

130 x 160 cm

R$ 12.000,00

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CAMILA ROCHA

Camila Rocha é artista brasileira e curiosa botânica radicada em São Paulo e Istambul, criando reflexões entre o reino vegetal e humano com instalações, ações e plantas que se reproduzem por meio de desenhos, impressões, vídeos e fotografias.

 

Recentemente seus trabalhos foram exibidos na Autostrada Biennial, Kosovo, Florikultur sp. na Escola de Botânica, mostra coletiva Trunkless na galeria Oktem Aykut, também na mostra virtual Ao Ar, Livre curada por Tiago de Abreu Pinto, e a flor Glorianalia Coronavirilis disseminada através do caderno Ilustríssima do jornal Folha de S. Paulo, além de duas mostras individuais: Core / Cerne na Galeria Kogan Amaro em São Paulo e na Bastante Similar, na Galeria Oktem Aykut, em Istambul. Participou da exposição Olaph the Oxman, na Cooperfield Gallery em Londres e da mostra coletiva aquele vestígio assim… feérico com AVAF na Casa Triângulo, em São Paulo. A ela foi comissionada uma instalação chamada Welcome Island na entrada do Collector Space, Istambul. Ali Akay foi curador da mostra individual O Enigma das Plantas, na KRANK Gallery, Istambul; Desenvolveu Sefatoryum, uma instalação site specific em grande escala no foyer do Istanbul Modern, parte da exposição TILL IT ”S GONE, com curadoria de Celenk Bafra e Paolo Colombo. Alugou uma floricultura abandonada em um dos últimos prédios não-gentrificados de Cihangir, Sigorta Pasaj, e fez lá um projeto chamado FloriKultur. Teve exposições como Naturalistas na Tina Kim Gallery em Nova York, NY; Rhizome na Galeria NON; Apenas para derreter, com confiança, sem censura, Skuc Gallery, Ljubjana; Istanbul Traversée, em Lille, Um Atlas de Eventos, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Nightcomers, 10ª Bienal Internacional de Istambul; Catching Up, com Huseyin Bahri Alptekin, 3ª Bienal de Tirana e Sandarch India, ; Abre Alas, Galeria A Gentil Carioca, Rio de Janeiro; Ponto de Fuga, Memorial da América Latina, São Paulo; Estufa na Materia Prima da Arte Brasileira, com curadoria de Lisette Lagnado, Museu Oscar Niemeyer, Curitiba; “É tudo sobre o passado”, Plataform Gallery, Vaasa, Finlândia; Mostra Rio Arte Contemporânea, MAM, Rio de Janeiro. Fez residências artísticas na Finlândia, Suécia, Índia, Austrália, Istambul e Brasil. Em 2019 fez uma expedição ao Rio Negro na Amazônia com biólogos e desenho técnico botânico seguindo os passos de Margaret Mee. Os últimos 5 anos foram dedicados aos estudos da Botânica com a Escola de Botânica.

CAMILA ROCHA

Série Glossário, 2018 – 2019

Acrílica sobre tela

30 x 40 cm (cada)

R$ 8.000,00 (cada)

 

Tabulares I, 2019

Bronze | Peça única
39 x 100 x 33 cm
R$ 34.000,00

 

Tabulares II, 2019

Bronze | Peça única

45 x 96 x 17 cm

R$ 34.000,00

 

Diomons linguaris, 2021

Acrílica sobre tela e recortes

150 x 30 cm (aprox.)

R$ 12.000,00

CAROLINA BOTURA

(Botucatu, SP, 1982) Carolina Botura vive e trabalha em Belo Horizonte- MG. É artista plástica, performer e poeta. Graduada pela Escola Guignard – UEMG em Pintura e Escultura, trabalha com cruzamento e prolongamento de linguagens tendo a ação como disparadora de sua produção em desenho, pintura, escultura, instalação, performance, vídeo, música e cerâmica. Suas pesquisas estão relacionadas à transformação e ao movimento. Caos e origem atravessados pelo viés do tempo para tratar de temas como animalidade, amor,, magia, perda, sexualidade, espiritualidade, energia, política e natureza.

 

A artista participou diversas mostras individuais e coletivas além de residências artísticas no Brasil e no exterior.

CAROLINA BOTURA

O sonho do dragão azul, 2021

Óleo sobre tela

160 x 140 cm

R$ 18.500,00

CAROLINA BOTURA

Portal, 2021

Semenstes de girassol sobre tela e espelho

210 x 160 80 cm

Sob Consulta

ESTELA SOKOL

(São Paulo, SP 1979). Vive e trabalha em São Paulo. Por meio da combinação de materiais relativamente antagônicos, como mármore e acrílico, lâminas de PVC e chassis de madeira, a artista vem desenvolvendo uma abrangente pesquisa sobre a cor, a luz e sua presença no espaço, trabalhos que se apresentam muitas vezes como pintura ou escultura.

 

COLEÇÕES PÚBLICAS

Pinacoteca – Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil

MAC – Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, São Paulo, Brasil

MACC – Museu de Arte Contemporânea de Campinas, Campinas, Brasil

MACS – Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba, Brasil

Itamaraty – Coleção Itamaraty de Arte contemporânea, Brasília, Brasil

Embaixada do Brasil em Londres – Gallery 32, Londres, Inglaterra

Casa do Olhar – Paço Municipal de Santo Andre􀀀, Santo Andre􀀀, Brasil

 

PRÊMIOS

2019 .Prix Piza. Paris, França

2011 .I Concurso Itamaraty de Arte contemporânea, Brasília, Brasil

2010 .Mostras de Artistas no Exterior. Programa Brasil Arte Contemporânea, Fundação Bienal de São Paulo, Brasil

2009 .Temporada de Projetos Paço das Artes. São Paulo, Brasil

2006 .34° Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto, Santo Andre􀀀, Brasil

2005 .Prêmio Projéteis. Funarte, Rio de Janeiro, Brasil

2004 .Prêmio aquisição. Revelação, Museu de Arte Contemporânea de Campinas, Brasil

ESTELA SOKOL

Polarlicht series, (upper Austria), 2011

Ed. 10

Impressão sobre papel algodão e metacrilato

30 x 20 cm | R$ 3.000,00

45 x 30 cm | R$ 5.000,00

60 x 40 cm | R$8.000,00

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FERNANDA FEHER

(São Paulo, Brasil, 1988) é uma artista multimedia formada na Pratt Institute em Blooklyn, NY, que atualmente reside e trabalha em Lisboa, Portugal.

 

O seu trabalho consiste em subverter o estilo tradicional de retrato colocando as personagens em ambientes fantásticos e muitas vezes inseridos em paisagens improváveis carregadas de simbolismos. Trabalha também com desenhos e aquarelas onde mostra um pouco de seu quotidiano real e imaginário usando uma abundância de matérias inesperados; papel de parede, asa de inseto, adesivos, lantejoulas e miniaturas de plástico. Recentemente suas obras transbordaram para a construção de esculturas em argila em forma de corpos de mulheres que são receptáculos e geradores de plantas. São para a artista histórias de mulheres que caem, viram semente e frutificam, uma narrativa sobre o poder da transformação e da cura e de pensar nossos corpos como sementes sempre prontos a gerar novos frutos e novas ideias.

 

Das suas exposições destacam-se a exposição Conflito Entre a Águia e a Serpente (2021) na Galeria Millan, São Paulo, Planos da Luz (2018), em Lisboa, Portugal, com a curadoria de Thiago Verardi, a exposição Quimera (2018) na arte 57, em São Paulo, com a curadoria de Fernando Ticoulat, a exposição #Paintings (2018) no decorrer da sua residência artista na 3331 arts Chiyonda em Tóquio.

FERNANDA FEHER

Iracema, 2020

Cerâmica (argila terracota

160 x 150 cm

R$ 15.000,00

LEONORA WEISSMANN

É graduada em pintura e gravura, com mestrado em artes pela Escola de Belas-Artes da UFMG. Participou de diversas exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior, nas áreas das artes plásticas e gráficas, atuando principalmente com pintura em exposições na Martha Pagy Escritório de Arte (RJ), AM Galeria de Arte (MG), SP-Arte (SP), Galeria de Arte da Cemig (MG), Espaço Cultural Vallourec (MG), Museu Mineiro (MG), Sesc-Ribeirão Preto (SP), Espaço Cultural BDMG (MG), Instituto dos Arquitetos do Brasil (MG), Palácio das Artes (MG), Exposição Fiat Mostra Brasil no porão da Bienal de São Paulo (SP), VII Salão do Recôncavo, entre outras além de exposições na Africa, Itália, França e Suíça.

 

Em 2015 integrou a coletiva “Álbum de família”, no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, no Rio de Janeiro, sob a curadoria de Daniella Geo. Fez parte da residência de pintura Caravane d’artistes 2, no Centre Soleil d’Afrique, em Bamako, Mali, África, onde além da oficina da técnica Bogolan, participou da exposição “Bogolan photo”, evento paralelo ao Fórum Social Mundial – “Um mundo melhor é possível”.

 

Foi selecionada e premiada por projetos como o Garimpo da revista Dasartes, Fiat Mostra Brasil, Prêmio Chamex de Arte Jovem, Salão da Juventude de Ribeirão Preto e, como cantora, no Festival da Canção de Tatuí e Cantoras Daqui, promovido pelo BDMG Cultural. Atua também como cantora e letrista e atualmente integra o Coletivo ANA de cantoras e compositoras.

LEONORA WEISSMANN

Eu, Theo e a Gruta, 2012

Acrílica, vinílica e colagem sobre tela

200 x 180 cm

R$ 45.000,00

LICIDA VIDAL

1984, é artista visual, vive e trabalha em Ubatuba-SP. Cursou Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP) e é licenciada em Sociologia pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.

 

Através de ações performáticas, fotografia, vídeo e instalações, sua pesquisa atravessa questões sobre o gênero feminino e a natureza. A argila e a água, são as suas principais matérias que possuem uma carga simbólica dentro deste debate sobre interdependência, escala, territórios, diversidade e coexistência no processo de colapso do antropoceno.

 

Também integra o Coletivo Vozes Agudas, grupo de estudos e intervenções com ênfase feminista, junto ao Ateliê397. Em 2020 realizou residência na Usina de Arte, em Pernambuco e em 2021 participou da exposição Dizer Não realizada pelo Ateliê 397. Está na exposição Estamos Aqui no Sesc Pinheiros, até 24 de abril de 2022

LICIDA VIDAL

Terral, 2022

Terra, lençol, argila, composto, água, sementes de feijão, abóbora, maracujá, Jabuticaba, pitanga, tomate, Jussara, plástico, mangueira, bomba de irrigação, sisal, plástico

265 x 100 x 100 cm

Sob consulta

LIVIA PAOLA GORRESIO

(São Paulo | 1982) atua como artista, professora e pesquisadora. Seu interesse se volta ao potencial poético da cor, tomando-o como ponto de partida para o desenvolvimento de seu trabalho – que compreende desenhos, colagens, pinturas, objetos interativos e instalações. O intuito principal da artista é despertar o espectador para uma experiência/pensamento/consciência sobre a natureza das cores.

 

A artista, formada em arquitetura e urbanismo pela Fundação Armando Álvares Penteado, começou a criar suas obras a partir de 2008, quando fez o curso “Fine Arts” no Chelsea College of Art and Design, em Londres. Desde então, participou de exposições em instituições internacionais e nacionais como “Programa de Individuais Simultâneas”, Museu de Arte de Goiânia, Goiás; “XI Bienal do Recôncavo”, Centro Cultural Dannemann, São Felix; “Experimento 1”, Jardim do Hermes, São Paulo; “Arte Pará 30”, Museu Histórico do Estado do Pará, Palácio Lauro Sodré, Belém; “Summer Show”, Royal Academy of Arts e “Wedding Reception”, Wimbledon Space, Londres, Reino Unido, entre outros.

LIVIA PAOLA GORRESIO

Jardim Lilás, 2021

Colagem de papel algodão e acrílica sobre tela

170 x 230 cm

R$ 42.000,00

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LUZIA SIMONS

Nascida em 1953 em Quixadá – CE
1978 Bacharelado em História, Paris VIII, Vincennes
1984-1986 Belas Artes, Paris I, Sorbonne
Vive e trabalha em Berlim


A identidade como construção sociocultural é central nas obras de Luzia Simons desde o início de sua carreira, em meados da década de 1990, na Europa. Desde 1976 vive no exterior, com passagem pela França antes de fixar-se na Alemanha, em meados dos anos 1980. Sua própria miscigenação cultural
serve de mola propulsora para os trabalhos autorais que abrangem a fotografia, performance e vídeo. Na fotografia, inspirada pela prática dos fotogramas, Simons desenvolveu sua própria forma de registro, o scanograma; um novo “modo de ver”, sem ponto de vista ou foco central, como é costume na prática com uma lente fotográfica. Nesta metodologia os objetos são colocados diretamente sobre um scanner industrial que replica em pixels até os menores detalhes e jogos de luz de forma linear. Os scanogramas, ampliados em grande escala e dotados de iluminação dramática, característica do barroco, habitam um espaço entre o simples registro e a metáfora. Não por acaso, Simons encontrou nas tulipas um veículo perfeito para questionar a identidade e expor através delas uma metáfora para a globalização. Através de arranjos diferentes em ampliações gigantes, Simons resgata a tradição holandesa da natureza-morta; congela no tempo o efêmero e fugaz ao questionar o que nos enraíza e nos confere identidade hoje, no mundo globalizado, na era ultramóvel e da transmídia.

LUZIA SIMONS
Stockage 185, 2019
Scannograma, impressão lightjet, montagem em metacrilato
Ed. 15
70 x 50 cm
R$ 16.500,00

MARIA HELENA ANDRÉS

Maria Helena Coelho Andrés Ribeiro (Belo Horizonte MG 1922). Pintora, desenhista, ilustradora, escritora e professora. Estuda pintura com Carlos Chambelland, no Rio de Janeiro, entre 1940 e 1944, e com Guignard e Edith Benring na Escola do Parque, em Belo Horizonte, entre 1944 e 1947. Participa de diversas edições do Salão Nacional de Belas Artes – SNBA, do Salão Nacional de Arte Moderna – SNAM e da Bienal Internacional de São Paulo, entre 1946 e 1961. De 1950 a 1970, leciona pintura e desenho na Escola de Belas Artes de Belo Horizonte, na qual chega ocupar o corpo diretivo durante alguns anos. Em 1961, estuda na Arts Students League of New York [Liga dos Estudantes de Arte de Nova York], onde é aluna de Theodorus Stamos. Em meados da década de 1960, colabora com os jornais Diário de Minas e Estado de Minas, escrevendo sobre arte. Publica os livros Vivência e

Arte, 1965, e Os Caminhos da Arte, 1977. 

 

 

Realiza várias viagens ao Oriente a partir da década de 1970, e conhece o Nepal, Tibete, Japão, Tailândia e Índia. Nessas ocasiões, participa de seminários e palestras. Em 1979, leciona desenho na Escola de Arte Kalakshetra e criatividade na Theosophical Society [Sociedade Teosófica], em Madras, Índia. Motivada por tais experiências, realiza um estudo comparativo sobre as culturas indiana e brasileira, publicado no livro Oriente-Ocidente: Integração de Culturas, em 1984. Leciona artes na Universidade Holística Internacional, de Brasília, em 1989. Ministra workshops no curso de formação holística de base. Publica o livro Maria Helena Andrés: Depoimentos, em 1998.

 

Em 2017 recebe o título de Professora Emérita da Escola Guignard – Belo Horizonte, e recebe a homenagem da Associação Brasileira de Críticos de Arte em São Paulo

MARIA HELENA ANDRÉS
Sem título, 2019
Série 02-04
Aço 10201
20 x 38 x 23 cm
R$ 30.000,00

NIURA BELLAVINHA

(Belo Horizonte, MG, 1962). Em seu vasto currículo destacam–se inúmeros Prêmios e Mostras Internacionais como, Biwako Biennale (2010 / 2014) Omihachimman, Japão; 1ª, 5ª e 10ª Bienal do Mercosul, (1997/ 2005/ 2015) Porto Alegre BR; Bienal Internacional de São Paulo, (1985 e 1994); Bienal de Cuenca (1995) Equador. Participou de vários Salões Nacionais de Artes, dentre eles, quando recebeu o O Grande Prêmio no Salão Nacional de Artes 1990, (IBAC/ FUNARTE/ MAP). E realizou inúmeras Mostras individuais a convite de Instituições brasileiras como Oi Futuro Flamengo e BH; CCBB- Rio de Janeiro; Centro Cultural São Paulo; MAP BH; MAM RJ. A partir do início da década de 1990 até 2019, realizou diversas mostras institucionais e em galerias comerciais no Brasil e exterior. Em 2016, com Paulo Herkenhoff, lançou pela Editora COBOGÓ o Livro Niura Bellavinha, sobre a Trajetória. Em 2014 lançou o Livro Niura Bellavinha, (NAU Editora) com textos do Curador Alberto Saraiva, sobre a Mostra Individual no Oi Futuro Flamengo (RJ) e Oi Futuro Belo Horizonte. Lançou no mesmo ano seu primeiro media metragem: NháNhá.


Bacharel em Artes, Universidade do Estado de Minas Gerais, Escola Guignard, Belo Horizonte, Brasil. Especializou-se em pintura, escultura, litografia e graduou-se em Pintura. 1983/1987.


Entre 1982 e 1984, foi orientada por Amilcar de Castro no Núcleo Avançado de Artes e em seu Atelier. Frequentou as Oficinas de Gravura e estudou Filosofia, Antropologia e Estética na Universidade Federal de Minas Gerais. No ano de 1985, transferiu-se para o exterior onde fez residências e vários cursos, Madrid, Londres e Berlin, em Oficinas e Ateliers. Em seguida frequentou a Parsons School of Design, Nova York. Após retornar ao Brasil, já em 1989 foi orientada por lberê Camargo em São Paulo e Porto Alegre. No início dos anos de 1990, foi convidada para sua primeira Residência, 2 anos, no Centro Cultural da UFMG. Em 2003 ministrou work shop paralelo ao work in progress da individual Sabará–Mangueira, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro. Entre 1994, 1996 e 2019 ministrou curso de Experimentação em Pintura, na Escola Guignard – UEMG, em Belo Horizonte.

NIURA BELLAVINHA
Articulado Guignard, 2015
Impressão de tinta mineral em papel algodão e pintura em carbono e poeira de estrelas (meteoritos) sobre seda
Dimensões variáveis (150 x 175 cm Aprox.)
R$ 55.000,00

PAULA HUVEN

Paula Huven nasceu em 1982, em Belo Horizonte (MG) onde vive atualmente. Mestre em Arte e Cultura Contemporânea pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, com formação livre pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage RJ. Atualmente doutoranda pela Escola de Belas Artes da UFMG. Realizou as exposições individuais “Dias Comuns” no Festival Foto em Pauta (Tiradentes, 2017); “Devastação” na A.M. Galeria (Belo Horizonte, 2014) e “o que nos une, o que nos separa”, na Galeria Ibeu, integrando o circuito FOTORIO 2013. Recebeu o Prêmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais (2013) e foi finalista nos prêmios Pierre Verger (2017); Conrad Wessel (2015); Photovisa Russia (2015) e Diário Contemporâneo (2013).
PAULA HUVEN
Da série Água Viva, 2019
Pigmento mineral sobre papel algodão
50 x 70 cm
R$ 6.000,00

Matéria em Movimento
Pigmento mineral sobre papel algodão
100 x 100 cm (cada)
R$ 10.000,00 (cada)

SYLVIA AMÉLIA

Sylvia Amélia é uma artista da tesoura. O recorte é sua estratégia de criação e de pensamento plástico. Artista visual, pesquisadora e professora da UFMG, ela é licenciada em Arte pela Escola Guignard/UEMG (2001), com mestrado em Tecnologia da Imagem pela Escola de Belas Artes UFMG (2011). Sua trajetória artística se inicia nos anos 1990, integrada à cena de HQs de autor do Brasil, com publicações de histórias experimentais nas revistas Azougue e Graffiti 76% quadrinhos. Entre 2002 e 2012, sob a perspectiva do diálogo com a cidade, realiza inúmeras ações de arte interventiva no espaço público. Seu interesse volta-se para as questões urbanas, observadas pela ótica da paisagem gráfica, em suas materialidades, histórias, vestígios, rotas e abandonos. Em 2009, com o advento da maternidade, a artista volta-se para o espaço doméstico e privado, e interroga, em sua pesquisa intelectual e artística, a condição da mulher – mãe – artista na sociedade contemporânea, por meio de obras em vídeo, fotografia e gravura, e no ingresso ao Mestrado na EBA/ UFMG. Em 2019 a artista lança seu primeiro livro monográfico, Manuscorte, obra poética escrita à tesoura, que explora a caligrafia e o recorte, em proposições verbivocovisuais. A pesquisa de Sylvia Amélia é diversa no uso de materiais e de meios, e atravessa as relações entre texto, contexto e imagem, com interesses recorrentes pela invenção da paisagem e pelas dimensões ordinárias da vida cotidiana. A artista participou de exposições individuais e coletivas em importantes galerias e espaços institucionais brasileiros, entre eles: Museu Histórico Abílio Barreto/ BH (2021), Museu Universitário de Arte/UBE (2018), Palacete das Artes/Salvador (2018), Sesc Palladium/BH (2018), Museu Oscar Niemeyer/Curitiba (2017), Galeria Silvia Cintra/RJ (2009), AM Galeria/ BH (2019, 2014, 2012), BDMG Cultural/BH (2012), Museu de Arte da Pampulha/BH (2008), Palácio das Artes/BH (2007), CCSP/SP (2005).

SYLVIA AMÉLIA
Onda de Detritos, 2021
Recorte: vinil adesivo sobre lâmina transparente de poliestireno
93 x 73 cm
R$ 18.000,00


Paisagem em Desvio de curso, 2021
Recorte: vinil adesivo sobre lâmina transparente de poliestireno
103 x 94 cm
R$ 18.000,00

Fotos: Samuel Esteves