Bom dia, senhora Maria Helena Andrés.
Bom dia, senhor Almandrade.

de 25.03.2023 a 29.04.2023

curadoria

Guilherme Bueno

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“Bom dia, senhora Maria Helena Andrés. Bom dia, senhor Almandrade”

Curadoria Guilherme Bueno

A exposição “Bom dia, senhora Maria Helena Andrés. Bom dia, senhor Almandrade” tem seu título inspirado em uma tela do pintor realista francês Gustave Courbet intitulada “O encontro, ou “Bom dia Senhor Courbet”, na qual o artista se autorretrata sendo cumprimentado por amigos que casualmente encontra no caminho para mais uma sessão diária de trabalho. É esse espírito de informalidade e, ao mesmo tempo, de uma espontânea e incalculada reciprocidade que marcam a junção em um mesmo espaço das obras dos dois artistas brasileiros de gerações e histórias diferentes: Maria Helena, centenária (tendo sido realizada em 2022 uma retrospectiva de sua obra), adentra o mundo da pintura na efervescência das disputas entre figuração x abstração; com Almandrade, por sua vez, ocorre o inverso – ele inicia sua carreira imediatamente após o surgimento da “Nova Figuração” que marcaria um ponto de inflexão na arte brasileira desde a segunda metade da década de 1960, ocupando o protagonismo antes exercido pelos movimentos de tendência construtiva.

 

Há dois pontos de contato logo reconhecíveis, não obstante essas particularidades do percurso de cada um: o primeiro é a geometria, marcante nas séries aqui presentes como um idioma comum, mas que tem fundamentos específicos para cada um. Por outro lado, o segundo ponto, ao se observar a datação de algumas obras, é a revelação de um aspecto interessante: é no início dos anos 1970, quando Maria Helena se desloca da abstração geométrica (e após uma retomada de pinturas gestuais), que a artista realiza Fotograma Espacial, uma colagem na qual ela responde brevemente a influência da Pop. Mais ou menos nesse mesmo período, Almandrade cria alguns de seus primeiros desenhos e gravuras nos quais também se cruza a Pop (a composição inspirada nas histórias em quadrinhos) com a limpidez e ascetismo de traços com reverberações simultâneas da arte conceitual, da poesia concreta e do Poema Processo. Temos naquele momento, portanto, do ângulo de Maria Helena Andrés, um ponto de chegada, fruto de uma vivência e acompanhamento da abstração geométrica e construtiva no Brasil vinda desde os anos 1950, enquanto para o artista baiano as questões artísticas dos anos 1970 são o seu ponto de partida, e os desafios da arte concreta, do neoconcretismo e outras tantas vertentes construtivas já são reconhecidos como um legado histórico. 

 

Mas se trouxemos aqui uma breve nota histórica, devemos acentuar que nesta exposição, as obras mais antigas especificamente selecionadas nos permitem pontuar aspectos dos trabalhos mais recentes, chamando-nos atenção, no caso de Maria Helena Andrés, não só para a intensidade de seu ritmo de trabalho ainda hoje quanto para sua retomada das composições geométricas, revisitando sua própria produção. Se, além das colagens, considerarmos as esculturas que produz, nas quais acontece a transição do plano para o espaço, temos mais uma frente de diálogo com Almandrade, que executa manobra semelhante (e nas duas direções – tanto do plano para o espaço quanto inversamente), a qual se acrescenta a poesia, que estabelece uma situação na qual as fronteiras entre pintura, escultura, poesia e objeto se desfazem. 

 

Sabemos o quanto encontros na arte, duradouros ou fortuitos, programados ou incidentais, são capazes de lançarem novos olhares, abrir novas frentes, como nos lembram as histórias de grupos, parcerias e longevas cumplicidades. O cruzamento que propusemos não insinua a convergência de uma nova plataforma ou programa, posto que cada artista tem seu percurso traçado. No entanto, pela sua abertura de referenciais geracionais e geográficos, ele reforça algo hoje sabido, mas a cada vez que revisto, tanto mais promissor se confirma: um entendimento da arte construtiva no Brasil sob um prisma crescentemente plural e diversificado. Encontros felizes e de uma sincera cordialidade – tal como este – são ocasiões de um frescor especial.

MARIA HELENA ANDRÉS

MARIA HELENA ANDRÉS

Alvorada, 1958

Óleo sobre tela

51 x 71,5 cm

Sob consulta

MARIA HELENA ANDRÉS

Sem título, 2018

Colagem de papel colorsete sobre papel de alta gramatura

102 x 81,7 cm.

R$ 21.000,00

MARIA HELENA ANDRÉS

Sem título, 2018

Colagem de papel colorsete sobre papel de alta gramatura

102 x 81,7 cm.

R$ 21.000,00

MARIA HELENA ANDRÉS

Sem título, 2018

Colorsete colado em papel de alta gramatura amarelo

84,5 x 104 cm

R$ 21.000,00

MARIA HELENA ANDRÉS

Sem título, 2018

Colorsete colado em papel de alta gramatura amarelo

84,5 x 104 cm

R$ 21.000,00

MARIA HELENA ANDRÉS

Sem título. 2018

Colorsete colado em papel de alta gramatura verde

84,5 x 104 cm

R$ 21.000,00

MARIA HELENA ANDRÉS

Sem título, 2017

Colorsete colado em papel de alta gramatura branco

113 x 78 cm

R$ 21.000,00

MARIA HELENA ANDRÉS

Sem título, 2019

Colorsete preto e branco colado em Canson branco

71 x 100 cm

R$ 21.000,00

MARIA HELENA ANDRÉS

Sem título [Sanfona], 2017

Nanquim e caneta colorida sobre papel

8 x 63 cm

18 x 18 x 15 cm (c/ caixa de acrílica)

Sob consulta

MARIA HELENA ANDRÉS

Fotograma Espacial, 1970

Colagem e nanquim sobre papel

67 x 97 cm (s/ moldura)

Sob consulta

MARIA HELENA ANDRÉS

Sem título, s/d

Técnica mista sobre papel

10 x 15 cm (s/ moldura)

21 x 25 cm (c/ moldura)

R$ 3.500,00

MARIA HELENA ANDRÉS

Sem título, s/d

Técnica mista sobre papel

10 x 15 cm (s/ moldura)

21 x 25 cm (c/ moldura)

R$ 3.500,00

MARIA HELENA ANDRÉS

Sem título, s/d

Técnica mista sobre papel

10 x 15 cm (s/ moldura)

21 x 25 cm (c/ moldura)

R$ 3.500,00

MARIA HELENA ANDRÉS

Sem título, s/d

Técnica mista sobre papel

10 x 15 cm (s/ moldura)

21 x 25 cm (c/ moldura)

R$ 3.500,00

MARIA HELENA ANDRÉS

Sem título, 1954

Guache, crayon e pastel sobre papel

11 x 8 cm

R$ 25.000,00

MARIA HELENA ANDRÉS

Sem título, 1954

Lápis e pastel sobre papel

5 x 8 cm

R$ 20.000,00

MARIA HELENA ANDRÉS

Sem título, 1954

Lápis e Nanquim e Guache sobre papel

5,5 x 7 cm

R$ 20.000,00

MARIA HELENA ANDRÉS

Sem título, 1955

Nanquim e colagem

11,3 x 23,5 cm

R$ 50.000,00

MARIA HELENA ANDRÉS

Cidade Iluminada, 1959

Nanquim sobre papel

31 x 42 cm (c/ moldura)

Sob Consulta

MARIA HELENA ANDRÉS

Triângulo. 2022

Escultura em aço.

138 x 106 x 76 cm

Sob Consulta

Exposição “Bom dia, senhora Maria Helena Andrés. Bom dia, senhor Almandrade”

AM Galeria em São Paulo

MARIA HELENA ANDRÉS

Sem título, 2019

Aço 1020

16 x 24 x 14,5 cm

R$ 30.000,00

MARIA HELENA ANDRÉS

Sem título, 2019

Aço 1020

20 x 24,5 x 15cm

R$ 30.000,00

MARIA HELENA ANDRÉS

Sem título, 2019

Aço 1020

20 x 38 x 23 cm

R$ 30.000,00

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ALMANDRADE

ALMANDRADE

Um ano em casa, 2021

acrílica sobre tela

30 x 30 cm

R$ 28.000,00

ALMANDRADE

Sem titulo, 1985

acrílica sobre madeira

62 x 07 x 04 cm

R$ 26.000

ALMANDRADE

O estranho jogo da arte, 2022

acrílica sobre madeira e bolas de vidro

29 x 21cm

R$ 26.000

ALMANDRADE

O espectador e um presidiário do enigma, 2013

acrílica sobre tela

50 x 50 cm

R$ 40.000,00

ALMANDRADE

O jardim durante o dia, 2004

acrílica sobre tela

60 x 60 cm

R$ 50.000,00

ALMANDRADE

Sem título, 2009

acrílica sobre tela

60 x 60 cm

R$ 60.000,00

ALMANDRADE

Sem título

acrílica sobre Eucatex

20,5 x 24 cm

R$ 33.000,00

ALMANDRADE

Sem título

acrílica sobre tela

40 x 40 cm

R$ 35.000,00

ALMANDRADE

Sem título

acrílica sobre Eucatex

20,5 x 24 cm

R$ 39.000,00

ALMANDRADE

Objeto anzol

ALMANDRADE

Sem titulo, 2021

nanquim sobre papel

30 x 40 cm

R$ 36.000,00

ALMANDRADE

Sem titulo, 2012

nanquim sobre papel

30 x 40 cm

R$ 36.000,00

ALMANDRADE

Sem título, 2013

nanquim sobre papel

30 x 40 cm

R$ 36.000,00

ALMANDRADE

Sem título, 2010

nanquim sobre papel

40 x 30 cm

R$ 36.000,00

ALMANDRADE

Sem titulo, 2019

múltiplo. Acrílico

25 x 25 x 12 cm

R$ 5.500,00

ALMANDRADE

Sem titulo, 2019

Escultura em acrílico

R$ 8.000,00

ALMANDRADE

Estudo de 1998, corte e encaixe, 2013

esculturas MDF

50 x 50 x 30 cm

R$ 21.000,00