Sonia Ebling nasceu em em Taquara no Rio Grande do Sul em 1918.
Sonia decidiu se tornar escultora aos 17 anos de idade ao visitar o ateliê do escultor paulista Humberto Cozzo no Rio de Janeiro. Os nus de mulheres de Cozzo lhe encantaram e o encontro com o artista, suas obras, seu meio de vida e seu ateliê causaram-lhe um forte impacto que se revelou como um definitivo desejo e insight.
Desde então esculpir para adolescente Sonia se tornou vital.
O que Sonia não sabia era que em 1935 os ateliês de esculturas eram clubes masculinos, exclusivos e fechados. Escultura era coisa de homem coisa de macho.
De volta para casa ao manifestar seu desejo desperto levou um banho de água fria. Escultura era coisa de homem. Pintar sim, mas esculpir não.
Quando voltou para casa do Rio e da experiência fulminante começou a se preparar para o vestibular no Instituto de Belas Artes de Porto Alegre. O seu professor titular da cadeira de escultura lhe disse que ela era muito franzina que tinha que primeiro pintar, aprender o desenho crescer e depois fazer escultura.
Apesar de tirar as notas máximas na disciplina da pintura não se deixou influenciar e depois de formada partiu para sua grande paixão.
Aos 17 anos além de descobrir sua verdadeira vocação Sonia se casa com um jovem oficial do exército do Rio de Janeiro onde começo a freqüentar a Escola de Belas Artes e a esculpir.
Sem desistir Sonia se matriculou no Instituto de Belas Artes de Porto Alegre e mais adiante na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, mas teve que em ambas as escola percorrer o caminho da pintura.
Mesmo trabalhando com tintas e pincéis, papéis e crayons suas pinturas já pareciam talhadas em mármore e fundidas em bronze.
Sonia tinha o olhar de escultora e não de pintora e suas pinturas tinham volume, luz, definição de espaço, típicos da escultura. Sonia teve que ser pintora antes de ser escultora. Ao concluir seus estudos de Belas Artes Sonia mergulhou no gesso, no cimento, no mármore e no bronze.
Desde 1935 até seus últimos dias passaram-se 70 anos dedicados ao um percurso árduo.
O reconhecimento e os prêmios começaram em 1951, dezesseis anos após o estalo inicial, quando o júri de seleção da 1 Bienal Internacional de São Paulo aceitou o gesso “Adolescentes.
A sua primeira escultura, adolescentes, duas figuras em pé e inocentes como ela foi aceito na Primeira Bienal de São Paulo. Sonia disse que secou o gesso com secador de cabelo pois a data da entrega se esgotara.
Em 1955 um outro grande marco acontece em 1955 quando Sonia recebe o Premio Viagem ao Exterior do Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
De 1956 a 1959, viaja por vários países da Europa, estudando com Zadkine, em Paris (França).
Reside nessa cidade, entre 1959 e 1968, e recebe uma bolsa de estudo da Fundação Calouste Gulbenkian.
Ainda na Europa expôs em eventos importantes como o Salon de la Jeune Sculpture do Museu Rodin, a Bienal de Arte Tri-Veneta de Pádua, o Salon de Réalités Nouvelles e o Salon des Petits Bronzes do Museu de Arte Moderna em Paris, representou o Brasil na Documenta de Kassel, ao mesmo tempo que realizou mostras no Brasil, incluindo participação na VII Bienal de São Paulo.
Sonia conta que quando estava preparando a peça Mulher e Pássaro para concorrer ao Prêmio de Viagem ao Exterior era de tarde uma grande quantidade de barro a figura muito grande e pesada. A armação cedeu e com ela a figura. Todo o trabalho foi perdido modelado por semanas. Ela disse que era com se um pedaço de mim tivesse desmoronado. Era impossível deixar para o dia seguinte com muito medo trabalhei a noite inteira chorando e erguendo a peça. Consegui levanta-la e ganhar o premio almejado.
A carreia de Sonia é marcada por sucesso desde o início. Sonia nunca foi recusada e sua carreira é brilhante. A cidade de Rodin foi fundamental na vida pessoal e artística de Sonia. De volta ao Brasil, executa relevo para o Palácio dos Arcos, do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília (Distrito Federal).
Durante as décadas de 50 e 60 que viveu na Europa Sonia participou de inúmeras Exposições na França e em outros países da Europa e Estados Unidos e desempenhou ação pioneira como artista mulher e escultora. E segundo o crítico de arte Carlos von Schmidt Sonia foi a primeira a romper a barreira do preconceito arraigado. Já que foi a primeira escultora a começar aqui no Brasil e desbravar este caminho.
Em 1970 Sonia trouxe na bagagem o que aprendeu com seu professor o russo Ossip Zadkine. Mestre reconhecido íntimo de Picasso e do cubismo.
Ministra um curso de extensão técnica, diretamente em cimento, na Escola de Belas Artes da UFRGS. Seis anos depois, é convidada para lecionar escultura nessa mesma universidade.
Em 1982 expôs Um Século de Escultura no Brasil, no Masp.
Realiza em 1999 exposição no Teatro Nacional de Brasília, DF, curadoria de Marcus Vieira, divulgador de sua obra. Convidada para representar o Brasil na Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Florença, ganha Medalha de Ouro.
Em 2001, faz exposições individuais no Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro e Palácio das Artes, Belo Horizonte. É convidada especial para representar o Brasil na Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Florença, Itália. Basicamente escultora, além de relevos em concreto, realizou algumas pinturas.
Sonia faleceu no Rio de Janeiro no dia 16 de janeiro de 2006.