A trajetória do trabalho de Antônio Bokel, formou, em poucos anos de investigação pictórica, à criação de um mundo de signos próprios, que relacionam-se entre si pelo total despreconceito tipológico. O traço culto convive com símbolos gráficos primários de forma a complementá-los ora de forma crítica, ora envoltos em harmonias desconcertantes que amplificam suas intenções, criando então a complexidade que sua obra encerra.
Talvez não haja na expressão contemporânea, uma arte mais universal que a arte que nasce do olhar da rua. O grafite, que serve de pilar a arte de Bokel, esta ligado a um modo de pensar urbano por excelência em todas as suas formas de apresentação e esta sensibilidade comum, faz com que possamos reconhecer os mesmos símbolos, sejam nos viadutos de SP, nos muros de Zagreb, nos subúrbios de Budapeste ou Paris, nas fachadas de NY, Mumbai ou Tóquio. Esta extensão temática entretanto, proporciona uma standartização que dilui o gênese libertário de seu manifesto original – o rompimento com as formas oficiais de inserções.
Porém, construindo à partir de um vocabulário gráfico sofisticado e personalizado, influenciado por Cy Twombly e que em alguns aspectos faz lembrar Rauschenberg pelas conexões e em outros Mimmo Paladino pela tipologia, o trabalho de Antônio Bokel tem a seu favor, a energia de uma posição estética bem definida, mesmo que com um grande número de referências visuais .
Formou-se em design gráfico pela Univercidade, em 2004. Realizou a sua primeira exposição individual em 2003, na Ken’s Art Gallery, em Florença, Itália, onde residiu e fez cursos de fotografia e história da arte. No Rio de Janeiro, teve aulas de modelo vivo com Bandeira de Mello e fez cursos de pintura com João Magalhães, e de arte, com Luiz Ernesto, ambas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Ao longo das duas últimas décadas, tem apresentado seu trabalho no Brasil e no exterior. Seu trabalho já foi publicado nas revistas brasileiras Zupi, Vizoo e Santa, e na espanhola Rojo. Ele também se encontra nas maiores coleções brasileiras, como as de Gilberto Chateubriand e da BGA Investimentos, além de ter alguns trabalhos no acervo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-Rio).
Residências artísticas: AAAAA No Thing But Truth, na Sid Lee Collective Gallery, Amsterdam, Holanda. ARTUR – Artistas Unidos em Residência, em Lagos, Portugal. Cidadela Art District, Cascais Portugal, React Contemporary, Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, Açores.
Indicado ao Prêmio Pipa em 2015 e 2019.