Nelson Leirner,

destruir para reinventar

Curadoria: Ana Carolina Ralston

TOUR VIRTUAL:

Assista no final da página a Live gravada no dia 18 de março em que a curadora da exposição

realiza um bate-papo com o curador e crítico de arte Agnaldo Farias sobre a vida e obra do artista.

NELSON LEIRNER

Sotheby’s (BANKSY) 1999+11

Técnica mista, colagem

28 x 22 x 8 cm

R$ 30.000,00

NELSON LEIRNER

Sotheby’s, (ROBERT HENRI), 1999+16

Técnica mista, colagem

28 x 22 x 4 cm

R$ 30.000,00

NELSON LEIRNER

Sotheby’s (TAKLUNG THANGPA TASHI PAL – arte Tibetana - séc XII) 1999+11

Técnica mista, colagem

28 x 22 x 10,5 cm

R$ 30.000,00

NELSON LEIRNER

Assim É, se Lhe Parece, 1999+4

Fotografia

124 x 223 cm

Sob consulta

NELSON LEIRNER

Mapa, 1999+4

Fotografia

88 x 119 cm

R$ 95.000,00

NELSON LEIRNER

World Disney, 1999+9,

Serigrafia

65 x 99 cm

R$ 9.000,00

NELSON LEIRNER

Coleções, 1999+4

Papel, plástico, borracha, veludo e madeira

46 x 54 cm

R$ 50.000,00

NELSON LEIRNER

Coleções, 1999+4

Papel, plástico, borracha, veludo e madeira

37 x 50 cm

R$ 50.000,00

NELSON LEIRNER

Coleções, 1999+4

Papel, plástico, borracha, veludo e madeira

46 x 54 cm

R$ 50.000,00

NELSON LEIRNER

Coleções, 1999+4

Papel, plástico, borracha, veludo e madeira

53 x 63 cm

R$ 50.000,00

NELSON LEIRNER

Coleções, 1999+4

Papel, plástico, borracha, veludo e madeira

41 x 50 cm

R$ 50.000,00

NELSON LEIRNER

Coleções, 1999+4

Papel, plástico, borracha, veludo e madeira

41 x 50 cm

R$ 50.000,00

NELSON LEIRNER

Coleções, 1999+4

Papel, plástico, borracha, veludo e madeira

41 x 50 cm

R$ 50.000,00

NELSON LEIRNER

Coleções, 1999+4

Papel, plástico, borracha, veludo e madeira

46 x 54 cm

R$ 50.000,00

NELSON LEIRNER

Mosqueteiro, 1967

Serigrafia sobre tecido

126 x 131 cm

Sob consulta

NELSON LEIRNER

Sem título, prova única

Litografia

86 x 70 cm

R$ 9.000,00

NELSON LEIRNER

Geladeira, 1999+7

Refrigerador com colagens de objetos

44 x 28 x 36 cm

Sob consulta

NELSON LEIRNER

Macaco, 1999+12

Resina acrílica, acrílico e metal

23 x 23 cm (cabeça macaco) | 70 x 23 cm (medida total)

Ed. 10

R$ 60.000,00

NELSON LEIRNER

Macaco, 1999+12

Resina acrílica, acrílico e metal

23 x 23 cm (cabeça macaco) | 68 x 23 cm (medida total)

Ed. 10

R$ 60.000,00

NELSON LEIRNER

Sem título (John Wayne em Caminhos Ásperos em 1953) 1999+18

Técnica mista, colagem em fotografia

61 x 51 x 5,5 cm

R$ 90.000,00

FORMULÁRIO

    NELSON LEIRNER

    Pin Up’s, 1999+9

    Técnica mista. Madeira, papel, plástico e acrílico

    31 x 21 x 15 cm

    R$ 50.000,00

    NELSON LEIRNER

    Pin Up’s, 1999+9

    Técnica mista. Livro, borracha e acrílico

    31 x 21 x 15 cm

    R$ 50.000,00

    NELSON LEIRNER

    Pin Up’s, 1999+9

    Técnica mista. Madeira, papel, plástico e acrílico

    31 x 21 x 11 cm

    R$ 50.000,00

    NELSON LEIRNER

    Certo ou Errado, 1999+9

    Técnica mista. Caderno em espiral, papel e madeira

    29 x 46 x 7 cm

    R$ 60.000,00

    NELSON LEIRNER

    Sem título, 1999, P.A. VI/VIII

    Litografia

    80 x 60 | 86 x 66 cm

    R$ 9.000,00

    NELSON LEIRNER

    Clonagem 3, 1998

    Série Construtivismo Rural

    Gravata e prendedor em caixa de madeira

    82 x 28 x 9 cm

    R$ 55.000,00

    NELSON LEIRNER

    Clonagem 3, 1997

    Série Construtivismo Rural

    Carteira e corrente em caixa de madeira

    92 x 28 x 6,5 cm

    R$ 55.000,00

    NELSON LEIRNER

    Selos, 1999+7

    Colagem

    80 x 100 cm | 100 x 120 cm

    Sob consulta

    NELSON LEIRNER

    Xeque Mate, (da série Veneza), 1999

    Madeira, gesso e vidro

    Tabuleiro com acrílico – 39 x 39 x 16 cm

    Bonecos – 10 cm cada

    R$ 75.000,00

    NELSON LEIRNER

    Eu e os Outros (Roy Lichtenstein), 1999+8 PA

    Colagem

    44 x 30cm  | 66 x 51 cm com moldura

    R$ 35.000,00

    NELSON LEIRNER

    Eu e os Outros (Wassily Kandinsky), 1999+8

    Colagem

    58 x 43 cm | 76 x 60 cm

    R$ 35.000,00

    NELSON LEIRNER

    Eu e os Outros (Josef Albers), 1999+8

    Colagem

    51 x 51 cm | 66 x 66 cm com moldura

    R$ 35.000,00

    NELSON LEIRNER

    Eu e os Outros (Joan Miró), 1999+8

    Colagem

    42 x 28 cm | 59 x 45 cm

    R$ 35.000,00

    Fotografia: Samuel Esteves

    Nelson Leirner, destruir para reinventar

    Desmistificada, a obra de arte cai do pedestal. À sua espera está Nelson Leirner (1932-2020), herói de nossa gente – ou melhor, nosso anti-herói. Assim como Macunaíma, Leirner burla, desconversa, recria, provoca, apropria-se, “destrói para salvar”, como definiu certa vez o crítico Tadeu Chiarelli. Derrubar e problematizar as verdades estabelecidas servem também para reconstruir e corrigir, palavras de ordem para o ano que se inicia. O primeiro sem o humor ácido de Leirner, mas que promete celebrar e exaltar sua prolífica trajetória, agora póstuma, que começa com a mostra organizada na AM Galeria de São Paulo, com obras que percorrem as produções que vão dos anos 60 às atuais.

     

    Diferentemente do personagem criado pelo poeta e escritor brasileiro Mário de Andrade, em 1928, desprovido de caráter e ética, Leirner traz luz à verdade. Está comprometido em mostrá-la para curar as mazelas do mundo. Sua dureza oprime, mas também engrandece. Nomeia referências, não esconde o coletivo – aliás não esconde nada. Reforça a ideia de que é na mente do artista que está a verdadeira criação, não propriamente em suas mãos: o conceito sempre nasce antes e, a partir dele, a obra, que pode ser reinventada a partir de outra arte ou da não-arte. Ironiza abertamente o que julga ruim e também o que acredita ser bom. Reafirma que as mudanças operadas pela modernidade vêm mexendo há décadas com o status que torna cada produção artística uma obra única.


    A reprodução, e consequentemente sua reinterpretação, deixam de ser tratadas como meras cópias para serem pensadas como obras em si. Mostrou, assim, o quão atual é o

    pensamento do filósofo alemão Walter Benjamin (1892-1940) descrito em A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica, publicado em 1936­. Leirner é, sem dúvida, um dos estandartes deste pensamento na arte brasileira. Enfant terrible do circuito, ele traz em seu trabalho a desmistificação da própria arte, assim como Marcel Duchamp a fez antes dele.


    Para o artista, sua própria produção é dividida em antes e depois do falecimento de seu pai, o empresário têxtil Isai Leirner, que, ao lado da mulher e mãe de Nelson, Felicia, formavam um dos casais que mais incentivaram as artes em São Paulo durante as décadas de 50 e 60. Foi a própria influência do pai no meio que acabou por criar o artista que conhecemos hoje: inquieto, contestador e polêmico, que discute abertamente as estruturas do circuito para, de alguma forma, revertê-las.


    Para a arte contemporânea brasileira, pode-se afirmar que existe um antes e depois de Nelson Leirner. Sua disposição para “desclassificar” as coisas do mundo, com descreveu o crítico Moacir dos Anjos, misturando valores morais e estéticos atribuídos a elas, fez com que, mesmo não as tornando distintas, tais peças tivessem a pertinência de alcançar valores artísticos e, dessa forma, revolucionar o meio em questão. Assim, acabou por libertar aqueles que vieram depois dele. Destruiu o significado original dos objetos que nos rodeiam para reinventar o verdadeiro propósito da arte – o de ressignificar tudo e todos. Um diálogo visceral perpetuado em uma constante troca com a própria história da arte.


    Ana Carolina Ralston

    curadora

    LIVE:

    Assista a conversa entre o curador Agnaldo Farias e a curadora da mostra, Ana Carolina Ralston, sobre a vida e obra do artista Nelson Leirner.