O fotógrafo José Luiz Pederneiras nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 1950. Reside entre o Rio de Janeiro e Belo Horizonte e é formado em medicina pela UFMG.
Em 1976, em parceria com o músico e amigo Tavinho Moura, recebeu o 1º prêmio do Festival de Inverno pelo audiovisual “Paixão e Fé”. A obra chamou a atenção de Milton Nascimento, que, ao vê-la exposta no Palácio das Artes, pediu ao amigo e compositor Fernando Brant que criasse uma letra. “Paixão e Fé” foi eternizada na voz de Milton e faz parte da história de muitas gerações.
O trabalho é uma reflexão sobre a cultura popular e religiosa do interior mineiro, mostrando a procissão do Senhor Morto em Diamantina durante a Semana Santa de 1974. Nessa mesma época, surgiu a Companhia de Dança Grupo Corpo, na qual José Luiz participou como um dos fundadores e onde se estabeleceu como fotógrafo.
Seu desejo de trabalhar com imagem em movimento o levou a morar no Rio de Janeiro, mas foi a fotografia associada à música que o fixou na cidade, onde trabalhou em diversas gravadoras, sendo contratado para produzir e registrar inúmeras capas de discos, além de fotos de shows e gravações ao vivo de artistas da música popular brasileira.
Com a transformação da indústria fonográfica, José Luiz se afastou um pouco dos registros de artistas, mas permaneceu fiel ao palco da dança, consolidando um potente trabalho junto ao Grupo Corpo.
Nas palavras do fotógrafo:
“Com a dança aprendi sobre a ocupação dos espaços, o tempo de um movimento, o ritmo dos corpos sob a ação da gravidade e o gesto corporal entendido como linguagem artística. E tive a oportunidade de conhecer diferentes teatros no Brasil e ao redor do mundo, e comecei a fotografar os ambientes e a arquitetura desses espaços cênicos”.
Ele recebeu prêmios importantes como:
– 1º Prêmio de Arte – Fundação Conrado Wessel (FCW) – São Paulo, 2008.
– Prêmio Ouro, conferido pelo jornal *O Globo* (1999).
– Prêmio Profissional do Ano, categoria fotógrafo, conferido pela ABP – Associação Brasileira de Propaganda (1992).
– Prêmio “A Capa do Ano” do disco *Serú Girán* do artista Charly Garcia – Buenos Aires, 1978.
– Prêmio FUNARTE no 5º Salão de Inverno (1977).
– Grande Prêmio no 4º Salão de Inverno (1976).
Ele também possui diversos trabalhos publicados em livros e catálogos. Participou de mais de 20 exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, com uma retrospectiva de sua obra na Grande Galeria Guignard, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, em 2010.
Ao longo de sua carreira, José Luiz consolidou-se na fotografia e, atualmente, dedica-se a uma consistente produção autoral, explorando temas ligados à passagem do tempo, memória e paisagem. Seus trabalhos são exibidos em diversas instituições de arte.