Paisagem

Adriana Rocha . Franco Bubani . Frans Krajcberg . Franz Weissmann . Helder Profeta . Jomar Bragança . Leonora Weissmann . Livia Paola Gorresio . Nelson Screnci . Rolf Behm . Ana Michaelis . Paulo Queiroz . Sylvia Amélia
08.05.12 a 08.06.12

sobre PAISAGEM
“Para descrever as nuvens
eu necessitaria ser muito rápida –
numa fração de segundo
deixam de ser estas, tornam-se outras.
É próprio delas não se repetir nunca
nas formas, matizes, poses e composição.
Sem o peso de nenhuma lembrança
flutuam sem esforço sobre os fatos.
Elas lá podem ser testemunhas de alguma coisa –
logo se dispersam para todos os lados.
Comparada com as nuvens a vida parece muito sólida,
quase perene, praticamente eterna.
Perante as nuvens
até a pedra parece uma irmã em quem se pode confiar,
já elas – são primas distantes e inconstantes.
Que as pessoas vivam, se quiserem,
e em sequência que cada uma morra,
as nuvens nada têm a ver com toda essa coisa
muito estranha.
Sobre a tua vida inteira e a minha, ainda incompleta,
elas passam pomposas como sempre passaram.
Não têm obrigação de conosco findar.
Não precisam ser vistas para navegar.”
Wislawa Szymborska, Nuvens, 2002

 

Em São Paulo a AM Galeria Horizonte abre Paisagem, coletiva com obras de artistas de diferentes gerações que dialogam entre si através da representação e da construção da paisagem nos dias de hoje. A mostra traz trabalhos de Adriana Rocha, Franco Bubani, Frans Krajcberg, Franz Weissmann, Helder Profeta, Jomar Bragança, Leonora Weissmann, Livia Paola Gorresio, Nelson Screnci, Rolf Behm, Ana Michaelis, Paulo Queiroz e Sylvia Amélia.

A exposição pensada especialmente para o espaço da galeria apresenta no andar térreo instalação de Livia Paola Gorresio. Já a mineira Sylvia Amélia, que tem em seu currículo a participação na residência Bolsa Pampulha, criou um site specific unindo os dois andares do edifício com uma “hera” artificial feita de palavras recortadas. Unidos a elas outras obras em várias linguagens passam pela pintura, fotografia, desenho e vídeo onde o artista além de interventor é antes de tudo um contemplador da natureza.

Os trabalhos que fazem parte de Paisagem manifestam uma visão poética e particular de cada artista acerca do assunto, tão recorrente na história da arte, além de claras referências à história da pintura e do desenho de representação da paisagem. A exposição segue um percurso através da cor, passa pela mata, água e rocha – assuntos sugeridos pelo livro “Paisagem e Memória” de Simon Schama – e chega nas estradas e cidades.